Já se perguntou qual o melhor chocolate do mundo?
Pois é, eu também. E acredite, ainda é uma pergunta sem resposta, a final, embora hajam diversos concursos, degustações e classificações, o melhor chocolate sempre será aquele que mais nos apetece. Garanto à você que quando criança seu melhor chocolate era o “guarda-chuva” e a “bolinha de futebol” comprados na banquinha da feira, lembram? E acredite, eram chocolates hidrogenados da pior espécie. Mas há um jeito de ao menos atestar a qualidade do chocolate que você come e quem sabe assim descobrir o seu melhor.
Antes de tudo um princípio básico: matéria prima boa, nas mãos do produtor certo, faz comida boa. A qualidade de um excelente chocolate começa ainda com as sementes de cacau, e as melhores provêm da Bahia (que orgulho!), Venezuela, Equador e São Tomé. No processo de transformação elas são torradas e prensadas, formando a massa de cacau (também chamada de licor ou pasta de cacau). Logo essa massa é separada em dois subprodutos: a torta de cacau (que dá a cor escura aos chocolates) e a manteiga de cacau (de cor clara, mais nobre e caro, que dá a textura). O processo segue por várias outras etapas de mistura, temperagem e moldagem, resultando em diferentes tipos de produto:
Um bom chocolate possui cerca de 70% de massa de cacau, enquanto no de pior qualidade predomina sempre outras gorduras como as hidrogenadas. Estes, embora sejam inferiores em sabor e textura, custam mais barato e são mais fáceis de trabalhar e, portanto, são os queridinhos das indústrias de larga escala que fabricam confeitos, bombons e barras.
Enfim, esqueça os porcarias e vamos ao que interessa.
Prometa nesse primeiro momento não ser preconceituoso, não se ligue muito à marcas. Use, literalmente, seus sentidos, para apreciar seu chocolate preferido e descubra a qualidade do seu queridinho seguindo essas dicas simples:
1º teste: visual
Comece lendo o rótulo. Ele não deve conter gordura hidrogenada, e, de preferência, nenhum outra espécie de gordura vegetal ou animal.
A cor e a superfície devem ser uniforme. Se estiver rugoso e esbranquiçado, significa que o chocolate sofreu variação de temperatura no transporte, e provavelmente, derreteu e solidificou novamente. Além disso, veja se o chocolate brilha. Quanto mais manteiga de cacau tiver – e isso é bom! - mais brilhante.
2º teste: olfativo
Ele deve ter aroma característico intenso, o que depende muito da origem e da torração da semente de cacau. Alguns até remetem levemente a café.
3º teste: auditivo
Ao quebrá-lo ele deve estalar, indicando leve crocância. O abuso de outras gorduras que não sejam a manteiga de cacau deixam o chocolate pesado e difícil de ser quebrado.
Já se ele estilhaçar é sinal que está muito seco, e com pouquíssima manteiga de cacau.
4º teste, rumo à melhor parte: tátil
Se ao segurá-lo com as mãos, ele já começa a derreter, é um ótimo sinal. A temperatura próxima a do corpo, cerca de 37º, já é suficiente para começar a derreter um bom chocolate. Os que demoram a derreter provavelmente terão pouco sabor e um residual ceroso na boca.
5º teste, enfim! degustar
O chocolate de melhor qualidade deve ficar bem fino na boca, sem sinal de granulosidade e deve derreter rapidamente. O sabor básico é um dulçor suave e um leve amargor ao fundo.
E aí, que tal a qualidade do seu chocolate preferido? Nenhum teste às cegas ou avaliação de diferentes marcas – o que não seria nada ruim – conseguiria definir o “melhor”.
A final, assim como vinho, chocolate bom é aquele que você gosta. Mas caso você queira uma dica, o queridinho dos concursos internacionais tem sido o Amedei – italiano da gema, ou melhor, da Toscana. E os belgas? Bem, os belgas são bons… mas desmistifique sua crença de que eles sejam os melhores do mundo. São bons, mas têm melhores.
Manoela Peressinoto